6 de junho de 2005

não são as amoras

© António Manuel Pinto da Silva @ www.olhares.com

Não são as amoras
que se elevam
não,
mas os olhos que nelas caem.

Nem é o peito
que se ergue
não,
mas as mãos que aí mergulham.

Não é a água
que no corpo salta
não,
mas o faro desperto que a bebe.

Nem é a manhã
que da alegria fala,
não,
mas a luz da noite que a escreve.

Não é o instante
que se declara
não,
mas a eternidade que o manteve.

No teu peito de amoras
a água aviva uma luz absurda.
Guarda o cheiro inesquecível do tempo.

(em celebração da xi)



5 comentários:

Anónimo disse...

do mais profundo de mim :

Anónimo disse...

Tá bonito, tá.
Joaquim

Anónimo disse...

Estás apaixonado....

Anónimo disse...

E muito apaixonado mesmo!
Que contradição do catano...

Harry disse...

Espectaular....