Sinto-te
dentro de mim e à minha volta
estou
dentro de ti e envolvendo-te
num banho primordial e amniótico
como caracóis enrolados
fecundando-se mutuamente
yin e yang em nascimento e consumação
cada um renascendo em si e no outro
reconstruindo as partes em falta
num jogo de peças em encaixe perfeito
27 de dezembro de 2016
21 de dezembro de 2016
olhos
como se fossem luas sobre luas
e os oceanos do tempo parados
olho nos teus olhos, afinal tão iguais,
e mergulho
e os oceanos do tempo parados
olho nos teus olhos, afinal tão iguais,
e mergulho
16 de dezembro de 2016
antes do tempo
Mergulho na profunda luz
dos teus olhos de sol do meio dia
Por eles me afundo até ao teu centro
A imensidão escura e estrelada
onde sou de novo antes do tempo
Por ti e em ti renasço
Contigo me reparo e construo
dos teus olhos de sol do meio dia
Por eles me afundo até ao teu centro
A imensidão escura e estrelada
onde sou de novo antes do tempo
Por ti e em ti renasço
Contigo me reparo e construo
15 de dezembro de 2016
voltar a casa
Os pequenos milagres dos teu olhos
a fronte limpa
as cores das areias e do mar alto
e os lábios macios
aquela pequena depressão onde me entrego
à luz do sorriso
É como chegar a casa
depois de andar perdida
a fronte limpa
as cores das areias e do mar alto
e os lábios macios
aquela pequena depressão onde me entrego
à luz do sorriso
É como chegar a casa
depois de andar perdida
9 de dezembro de 2016
limos
Libertos dos limos e das redes
o meu eu e o teu eu
encontram-se
Corações síncronos
em harmonia a par
afinal tão iguais
Que paz
o meu eu e o teu eu
encontram-se
Corações síncronos
em harmonia a par
afinal tão iguais
Que paz
5 de dezembro de 2016
flanco
Pousa a mão no meu flanco
Com a lentidão dos minutos
e dedos leves
Percorre o espaço entre as rochas
e o meu pescoço
Explodem rugidos na nuca
num vislumbre fulvo e verde
Com a lentidão dos minutos
e dedos leves
Percorre o espaço entre as rochas
e o meu pescoço
Explodem rugidos na nuca
num vislumbre fulvo e verde
1 de dezembro de 2016
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