o tigre espreita
emboscado
riscas em sombra
e luz
persegue-me por
eras
sinto o seu bafo
nos flancos
sem entender
de onde vem este
mal
num súbito relâmpago
sombra e luz
ataca
salta esmaga-me o
ar
garras rasgam
ossos em farpa,
esfacelada
coração latejando
sangue
o alívio final não
vem
ali fico em dor lancinante
até à eternidade
o meu tigre e eu
presos
neste ritual
infinito
a que estamos
obrigados
por motivos desconhecidos
in “o tigre e
outras marés”
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