23 de janeiro de 2015

sei de certeza que te vou perder



Sei de certeza que te vou perder.
Tão certo,
como o movimento dos planetas não poder ser parado,
ficar sem ti é um facto.
Esta ideia volta e volta, em cada vez mais pequenas elipses,
à medida que se aproxima a hora.
Sei de certeza que te vou perder.
E a tristeza de perder quem nunca tive
é demais para o meu tamanho.
Preciso do caminho daqui para a lua e mais além
Como se perde o que nunca se teve?
Como o calor do sol, que também nunca me pertenceu,
Aqueces-me e estás no meu céu.
Sem ti, será noite de novo.
Sem estrelas e sem a dança dos astros,
a tristeza vai atingir-me,
com a força extraordinária das estrelas que explodem.
Os restos de mim, espero,
que sejam sementes para outro amor.

in “memórias do fogo”

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