Não está em mim o
dom de entrelaçar palavras em harmoniosos hinos
de louvor a
qualquer coisa realmente maravilhosa.
Palavras bonitas,
belas frases recheadas de vazio,
aparentemente
suaves e dedicadas,
escondem a
crueldade agressiva da condescendência
disfarçada a
intenção enganadora de dominar.
Cada vez mais,
prefiro belos actos a belas palavras,
embora uns e
outros sejam passíveis de engano.
Mas é mais
possível continuar na infinita produção
de belas palavras
do que de belos actos.
Fazer é mais
difícil do que dizer e quem muito fala belas palavras
vive da preguiça
do pensamento alheio e da falta de esforço próprio
na autenticidade
de fazer coincidir as palavras com os actos
e o que
verdadeiramente é sentido.
in “o tigre e
outras marés”
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